segunda-feira, 14 de abril de 2008

Um Lar sem Doce Lar




Ambientado em teus espaços mais íntimos
Florescendo sobre o mármore duas palmeiras anãs
Todo o charme de murano e cristal
Iluminado com as cores das telas de Jaçanã

Quem te deu estes espaços?
De onde surgiram essas colunas?
Quem revirou os antiquários
Para presentear-te com tais runas?

No mais suntuoso cômodo, você não está
Passeia nos esconderijos das portas inacessíveis

Abro as janelas, deixo a luz entrar
Não mais sua pessoa há de esbarrar
Nas cortinas que escolhesse para este lugar
Livre eras, não precisava te ausentar

No mais escondido, era nosso lar
A cama que um dia irá pedir
Que seu peso ela venha a sustentar
Para que meus edredons possam te cobrir

Agora linda nossa nova casa está
Mas sem a doçura de sua presença
Um Lar sem doce lar
Apenas uma casa vazia cheia da sua ausência

Um comentário:

Anônimo disse...

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!
Mário Quintana